sábado, 28 de maio de 2011

Novo padrão contábil IFRS auxilia em acesso a crédito e avaliação de investidores

O International Reporting Financial Standards (IFRS), novo padrão contábil que está sendo adotado pelo Brasil, deve trazer benefícios às companhias no País por facilitar o acesso a linhas de financiamento e o processo de análise de suas operações por parte de potenciais investidores.

“O IFRS auxilia no processo de obtenção de crédito principalmente pela transparência das demonstrações contábeis. Além disso, o mundo inteiro está adotando esse modelo, então os investidores estrangeiros terão a possibilidade de comparar empresas-alvo – por exemplo, no Brasil ou na Colômbia – que estiverem adotando o IFRS. Isso melhorará o processo de entendimento dos investidores, inclusive facilitando a entrada das empresas no mercado de capitais”, destacou Luciano Ferreira da Cunha, sócio de Global IFRS e Offering Services da Deloitte, que moderou o Seminário IFRS pela Amcham-São Paulo.

Para o consultor, as corporações, ao adotarem o IFRS, acabam ganhando também uma ferramenta de gestão, uma vez que a implementação exige um controle maior e a padronização das informações financeiras do negócio, o que leva ao aprimoramento de processos internos. O modelo ajuda ainda em fusões, aquisições e joint ventures.

Entre as mudanças trazidas pelo novo padrão, as empresas terão de informar em seus balanços o resultado separado – com lucro ou prejuízo – de cada uma das atividades do negócio, bem como diferir essas informações pelas áreas geográficas onde opera. Isso permitirá uma avaliação mais clara dos potenciais ou dos problemas de determinado ramo no caso de companhias de atividade extremamente diversificada.

Brasil e o mundo

O IFRS começou a ser utilizado na União Europeia em 2005 e atualmente está presente em mais de 110 países – em alguns já consolidado e em outros em processo de conversão.

No Brasil, a lei 11638/07 foi o marco legal para a convergência obrigatória ao IFRS pelas companhias de capital aberto, limitadas de grande porte (faturamento de R$ 300 milhões por ano ou ativos acima de R$ 240 milhões), instituições financeiras e seguradoras. O período de transição foi iniciado em janeiro de 2009.

No final de 2009, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis – formado por membros da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), do Banco Central (BC), da Receita Federal, da Superintendência de Seguros Privados (Susep) e da BM&FBovespa, entre outras entidades –, responsável pela promoção e pelo acompanhamento da adoção do modelo no País, desenvolveu um conjunto de normas específicas para a inclusão das pequenas e médias empresas no novo padrão, de modo menos complexo e com adesão opcional, o IFRS-PME.

Passo a passo

A implementação do IFRS é complexa porque modifica a estrutura da empresa, exige investimentos em tecnologia da informação (TI) e treinamentos, além de suporte jurídico.

A AES Brasil, com negócios de geração e distribuição de energia, começou a transição cedo, em 2008. Até agora, foram gastas cerca de 20 mil horas de trabalho na adequação às normas, sendo que ainda se estimam outras 5 mil horas dedicadas a TI. “É um processo novo que está mudando a forma como a contabilidade acontece e que demanda dinheiro, tempo e esforços, mas precisa ser resolvido logo porque o prazo está expirando”, comentou Tiago Senger Bernert, gerente de Contabilidade Técnica da AES Corporation.

Após vender uma parte dos ativos para uma companhia chilena, o Grupo Melhoramentos está se concentrando neste momento na adoção do novo padrão contábil. Adriano Batizati, controller da editora que faz parte do grupo, afirmou que o processo ainda é embrionário. “Estamos na fase de diagnóstico e avaliação dos ativos, mas sabemos que temos enorme desafio pela frente”, disse.

O superintendente de Controladoria da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Leonardo Magalhães, destacou a importância do envolvimento de toda a organização na migração ao IFRS e informou que a concessionária tem apostado em treinamentos customizados e na automatização dos sistemas. “Treinamos não somente o departamento de Contabilidade, mas todas as áreas da empresa, como as de Compras e Vendas de Energia, porque elas precisam identificar e transmitir corretamente as informações sobre as operações”, explicou Magalhães.

Hamilton Sabanai, diretor jurídico do Grupo Anglo American, que também esteve no evento da Amcham, demonstrou preocuopação com a falta de profissionais habilitados em IFRS e com a presença ainda incipiente do tema nas universidades do País. Segundo ele, a iniciativa privada está tentando resolver essa demanda e destinando recursos à capacitação de novos times.

Especializada nos sistemas de TI voltados ao IFRS, a Totvs tem defendido que a responsabilidade na transição deve ser compartilhada entre as empresas e as terceirizadas contratadas para viabilizar a tecnologia empregada. “A definição das fontes de informação depende das companhias. Não adianta ter sistemas rodando se não houver a participação efetiva nos processos”, afirmou Daniel Oliveira, analista de Negócios da Totvs.

Os advogados Celso Costa, Fernando Tonanni e Tiago Espellet Dockhorn, sócios da área Tributária do escritório Machado Meyer Sendacz Opice Advogados, apontaram que, no Brasil, o cenário é ainda mais complicado do que em outros países que já adotaram o IFRS porque há necessidade de se fazer a segregação das apurações contábeis e fiscais, com reportes diferenciados à CVM e ao BC por um lado e à Receita Federal por outro.

IFRS: Novo padrão contábil ainda provoca sustos

SÃO PAULO – O novo padrão contábil internacional, conhecido pela sigla em inglês IFRS, começa a valer para os balanços a serem publicados em 2011, mas ainda há muitas dúvidas das empresas, principalmente quanto a ativos imobilizados, concessões públicas e valor justo (fair value).
Essa realidade ficou clara durante seminário realizado pela Fipecafi em parceria com a Ernst&Young Terco.
Segundo Paul Sutcliffe, sócio-líder de IFRS da Ernst & Young, a questão cultural e as normas baseadas no pensamento europeu são os pontos de maior dificuldade aqui, no Brasil.
Dentre as dificuldades, destaca-se a que vem sendo enfrentada pelo setor de construção. Em fase de adaptação às normas do IFRS, as construtoras procuram esclarecimentos para saber como serão contabilizados em seu balanço de 2010, a ser publicado em 2011, os imóveis comercializados. As companhias, que entraram com força na Bolsa há alguns anos não sabem se esses imóveis devem ser colocados no seu balanço como bens da empresa, mesmo já estando vendidos. Os problemas de adaptação ao novo padrão de balanço não param por aí. Itens como taxa de depreciação, consideração do valor residual do bem, a necessidade de bifurcar as informações quando a empresa possui debêntures conversíveis, as relações ao se tratar de ações preferenciais e as diversas ramificações quando o assunto a ser tratado forem os ativos biológicos são indagações que mais causam dor de cabeça ao empresariado brasileiro.
Folga aos bancos
Cabe ressaltar que as instituições financeiras – bancos – terão um prazo maior para se adaptar ao novo regimento e que seguirão de forma clara as medidas feitas pelo Banco Central do Brasil.
Segundo especialistas em contabilidade, essas instituições levarão a público diferentes balanços.
Outro ponto relevante é o número de empresas brasileiras – no total, vinte oito – que já se adequaram às novas regras. Dentre essas companhias estão nomes como Vale, Net Serviços, TAM, Vivo, Cielo, Petrobras e outras
(Veja lista completa no quadro acima).
Além do Brasil, países como os Estados Unidos, a Índia e o México estão também em processo de convergência ao padrão globalizado.
Os especialistas, quando lhes foi perguntado se a adoção do padrão internacional de contabilidade teria impacto positivo ou negativo nos resultados da empresas, em consenso dizem que dependerá da aplicação do fair value e das demais diretrizes adotadas ao pontuar suas ações.
“Antes nós tínhamos estimativas contábeis mais estáveis, agora passamos para um ponto em que existem estimativas econômicas. Esta situação nos levará a uma variabilidade maior dos resultados. Isso ocasionará aumentos e diminuições com uma velocidade muito maior, diferentemente da situação em que nós estávamos”, explica Wagner Aquino, diretor da Ernst & Young.
Para o professor Bruno Meirelles Salotti, da Universidade de São Paulo, em um primeiro momento será necessário ter muita atenção ao comparar a atuação das empresas depois da aplicação das novas regras.
“Você ainda tem o problema da adoção inicial, tem empresas que poderão adotar dez isenções, outras não adotarão nenhuma, uma outra empresa pode agregar três. Então, dependendo das isenções que a empresa adotar, a comparabilidade em primeiro momento fica complicada. As notas explicativas terão de ser lidas com muito cuidado para esse efeito de comparação”, explica o economista da USP.
Mas, mesmo com todos os impasses é possível arriscar que as novas normas dos IFRS (International Financial Reporting Standards) podem trazer benefícios às empresas brasileiras.
Sem um comum acordo entre os especialistas da área, pode-se dizer que os impactos serão positivos e negativos, e que não existe um tempo estimado para que todas essas normas internacionais sejam aplicadas aqui, no País, como explica Paul Sutcliffe. “Primeiro precisamos compreender os desafios contábeis, e isso deve ser feito já. O segundo desafio, e isso foi falado na Europa, é que não existe um tempo certo para dizer que nele todas as regras sejam cumpridas, isso é coisa que demora anos para se fazer.”
Wagner Aquino, quando questionado sobre a real necessidade da implantação das normas, diz: “Isso está por trás da globalização e tem uma regra dramática: ou você está dentro ou ela te exclui. Então não é uma questão de opção: você está dentro do mercado de capitais ou não, e hoje não dá para se pensar em estar fora do mercado de capitais.”
Por isso, as empresas negociadas na Bolsa foram as primeiras a adotar o novo padrão, até porque têm papéis negociados em Nova York e em mercados europeus. Elas tomaram a decisão também com base na previsão de que o US Gaap (padrão norte-americano) deve ser substituído pelos IFRS.
Fonte: DCI em http://www.dci.com.br/

Adequação da Contabilidade Brasileira ao IFRS

http://www.youtube.com/watch?v=ZVnS57kMKl4&feature=related

IFRS - América Latina quer voz conjunta sobre normas contábeis

Representantes de órgãos que emitem pronunciamentos contábeis do Brasil, Argentina, México, Chile e Venezuela se reunirão na sexta-feira, em Brasília, para começar a costurar um trabalho conjunto das entidades. A informação foi dada no dia 01/02/2011 por Nelson Carvalho, um dos membros do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) do Brasil.

O objetivo é trocar experiências sobre o processo de convergência para um padrão único e global de contabilidade, tendo como base o modelo internacional IFRS, e organizar as demandas da região, sempre que houver consultas públicas do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês) sobre novas regras a serem emitidas.
Em entrevista concedida na sede da BM&FBovespa, em São Paulo, o presidente do Iasb, David Tweedie, disse que seria "útil" que houvesse essa coordenação na região. "Não é bom que o Brasil peça uma coisa e que ao mesmo tempo o México e a Argentina defendam algo diferente", exemplificou o conselheiro.
Ele conta que, quando começaram a adotar o padrão IFRS, em meados da década passada, cada país asiático apresentava seus próprios pontos de vista e sugestões ao Iasb de maneira isolada. "Quando há 20 vozes, há um risco maior de elas não serem ouvidas", afirmou Tweedie, acrescentando que há dois anos os países da Ásia e Oceania se reuniram num comitê, chamado de Asian-Oceanian Standard Setters Group (Aossg), e que esse problema deixou de existir.
Além desse órgão regional, a União Europeia conta com o European Financial Reporting Advisory Group (Efrag) e os Estados Unidos, com o próprio Financial Accounting Standards Board (Fasb), responsável hoje pelo padrão conhecido como US Gaap.
De acordo com Tweedie, a adoção do IFRS pelo Brasil pode servir como um catalisador para que os países da América do Sul e mesmo outros emergentes de outras regiões optem pelo mesmo sistema contábil, que nasceu na Europa, mas hoje já é usado em mais de cem países. "Se o maior país da América Latina e um dos Bric decidiu usar, talvez outras jurisdições também considerem essa opção", diz.
Além de Brasil, Austrália e Nova Zelândia, que adotaram o modelo internacional em 2010, o presidente do Iasb cita países como Japão, Índia, Coreia do Sul, Canadá, México, Argentina, Malásia e Nigéria como outros que estão na fila para começar ou completar a adoção do IFRS nos próximos anos.
A expectativa do presidente do Iasb, que deixa o cargo em julho deste ano, é que dentro de três anos 150 países estejam usando o modelo internacional de contabilidade. "Há cerca de 200 países no mundo. Os outros 50 passarão a ter problemas para explicar porque usam seu próprio modelo, especialmente se a Securities and Exchange Commission (SEC), dos EUA, decidir por usar o IFRS ", afirma Tweedie.

Estudantes do Campus Porto Alegre participam de mostra internacional na Argentina

Nos dias 4, 5 e 6 de novembro, os estudantes Ricardo Bard e Guilherme Daudt, acompanhados pela professora Karen Selbach Borges, participaram da I Muestra Latinoamericana de Jóvenes Emprendedores, realizada na cidade de Puerto Madryn, na Argentina.
Representando o Campus Porto Alegre do IFRS, durante a mostra eles apresentaram a proposta e os resultados obtidos pelo projeto Fábrica de Software Acadêmica, que visa implementar uma fábrica de software acadêmica no contexto dos cursos Técnico em Informática e Superior de Tecnologia Em Sistemas Para Internet.
Este projeto inclui ainda os alunos Carlos Henrique da Silva, Alexandre Ichida, João Lauro Garibaldi Júnior e Lucas Benz, além dos professores Tanisi Pereira de Carvalho e Rodrigo Prestes Machado. O grupo vem trabalhando na definição de um modelo de Fábrica de Software a ser implantado no Campus Porto Alegre e no desenvolvimento de um software piloto capaz de coletar dados a partir de uma pesquisa sobre o perfil sócio-econômico dos alunos ingressantes. Esses dados irão auxiliar na definição de políticas de assistência estudantil da Instituição. Ao aplicar os conteúdos trabalhados em disciplinas dos cursos, ações como essa oportunizam aos alunos a experiência prática necessária como fator diferencial na sua formação.
Nos três dias do evento, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer os projetos de estudantes de nível técnico de outros países como Argentina, Bolívia, Chile, Uruguai, Paraguai e Peru. Além de aprender um novo idioma e ter contato com diferentes culturas, eles ainda participaram de atividades culturais como a observação de baleias em Península Valdés e uma visita ao museu paleontológico da cidade de Trelew.
As estudantes Ana Paula Ribeiro e Carolina Taborda, do curso Guia de Turismo do Campus Restinga do IFRS, também estiveram presentes na mostra internacional, com o trabalho TransEasy, um protótipo de parada de ônibus multifuncional.
Os dois grupos de pesquisa representaram o IFRS e o Brasil no evento a convite do governo argentino. Ao final, a delegação brasileira recebeu um troféu de Menção Honrosa pela participação.



Os alunos Guilherme e Ricardo com a professora Karen, na chegada à Argentina (foto 1); e já de volta ao IFRS, com o troféu recebido (foto 2).


sexta-feira, 27 de maio de 2011

IFRS para PMEs – recursos disponíveis no site do IASB

O conjunto de normas IFRS para PMEs na íntegra (juntamente com os fundamentos das conclusões, exemplos de demonstrações financeiras e checklist para apresentação e divulgação) podem ser baixados gratuitamente no site http://go.iasb.org/IFRSforSMEs (documento disponível em inglês e outros idiomas).
A IFRS Foundation está publicando um módulo de treinamento para cada seção do IFRS para PMEs, o qual está disponível para download gratuito no endereço http://www.iasb.org/IFRS+for+SMEs/Training+material.htm.

Cada módulo consiste em:
• Uma visão geral do módulo.
• O texto integral da seção do IFRS para PMEs com notas adicionais e exemplos ilustrativos (elaborados para esclarecer e ilustrar as exigências).
• Uma discussão das estimativas significativas e outros julgamentos na contabilização de transações e eventos de acordo com o IFRS para PMEs.
• Um resumo das principais diferenças entre a seção do IFRS para PMEs e a seção correspondente ao IFRS na íntegra.
• Questões de múltipla escolha.
• Estudos de caso elaborados para desenvolver a capacidade de contabilizar transações e eventos de acordo com o IFRS para PMEs.

FONTE:

Histórico do IFRS para PMEs

2001O IASB deu início a um projeto para desenvolver padrões contábeis adequados para PMEs. Um grupo de especialistas foi instituído para fornecer orientações sobre questões, alternativas e possíveis soluções.
2002Conselheiros da atual IFRSF manifestaram seu apoio aos esforços do IASB de examinar questões específicas relacionadas a economias emergentes e PMEs.
2003-2004O IASB desenvolveu opiniões preliminares e experimentais sobre o enfoque básico que seguiria no desenvolvimento de normas contábeis para PMEs.
Junho de 2004O IASB publicou um documento de discussão definindo e solicitando comentários sobre o enfoque do IASB.
Julho de 2004Janeiro de 2005 – O IASB estudou as questões levantadas e decidiu publicar uma minuta para exposição.
Abril de 2005O IASB percebeu a necessidade de reunir mais informações sobre possíveis modificações dos princípios de reconhecimento e mensuração no IFRS para PMEs. Um questionário foi publicado como ferramenta para identificar possíveis simplificações e omissões.
Junho - Outubro de 2005As respostas ao questionário foram discutidas com o Conselho Consultivo de Normas (atual Conselho Consultivo do IFRS), o Grupo de Trabalho de PMEs, os órgãos normatizadores internacionais e as mesas redondas públicas.
Agosto de 2006A minuta completa elaborada pelos membros do IASB é publicada no site do IASB para manter o público informado.
Fevereiro de 2007A minuta para exposição foi publicada propondo cinco tipos de simplificações dos IFRSs, com orientações para implantação e fundamentos para conclusões.
Junho de 2007O questionário de teste de campo foi publicado no site do IASB.
Março de 2008Abril de 2009 – O IASB deliberou as propostas a respeito da minuta para exposição, com base nas respostas recebidas à minuta para exposição e os resultados do teste de campo.
Julho de 2009A versão final do IFRS para PMEs é publicada e entrará em vigor sempre que adotada por um país.

FONTE: